Mensagens

365 dias

Há um ano escrevia um dos posts mais angustiantes de sempre. O meu António tinha acabado de ser internado e eu precisava de falar com alguém. Eram altas horas da madrugada e estávamos no internamento da urgência do São João. Foi graças ao nosso pediatra que correu tudo bem. Alertou-me, a tempo, para "estar vigilante mas não em pânico" para "poder agir com rapidez". passaram 365 dias. Ainda me custa pensar no que vivi naqueles corredores do Joãozinho. E não. Os corredores não são frios. São quentes e cheios de amor. Aqueles 11 dias foram uma experiência profundamente impactante. Mexeu muito comigo: pelo que vi, pelo que senti e pelo que agradeci. Pratica-se pouco a gratidão. Aqueles 11 dias, ensinaram-me a agradecer todo o ar que inspiro, todas as gargalhadas que ouço e que, num instante, numa fração de segundo, tudo muda. Porque, de facto, num segundo, tudo muda.

Brasileirinhas

Pai chega de trabalhar. Diz o António: -Mãe, o pai cheira a francesinha. Responde o pai em tom de gozo: -Ainda bem que cheiro a francesinha e não a brasileirinha! [foi trabalhar no Dragão, no Brasil vs Panamá]. - Brasileirinha?!? Ó pai isso cheira diferente. - Como é que sabes António? - Pai, duh! Já li imensas histórias sobre isso e estudei isso na escola! Pronto. É isto.  🤷‍♀️🤷‍♀️🤷‍♀️

Filhos e Carne Tenrinha

Sou daquelas chatas que está sempre a dizer que a maternidade foi o melhor que me aconteceu na vida. Quando digo isto, não quero dizer que tudo o que vivi até àquele momento em que fui mãe, perdeu ou não teve sentido. Quero simplesmente dizer que, aquele foi o momento que melhor define o que, para mim, é o melhor de viver. Não tenho pena, nem tento evangelizar, quem nunca foi, ou não quer ser mãe ou pai. É uma opção como outra qualquer. Noutro diz, enquanto dizia a uma amiga "-opá, espera até teres filhos [atenção que é uma pessoa que já manifestou imensas vezes o querer ser mãe]. É o melhor do mundo!". E depois, senti necessidade de explicar porque o dizia. Acho que arranjei uma boa metáfora. Dizer que às pessoas que têm que ser mães (ou pais), para mim, é como aconselhar o melhor restaurante do mundo, para mim, claro... Ou seja, quando digo "-Tens que ter filhos!", o que estou a querer dizer é "-Ter filhos, para mim, dá-me imenso prazer. Assistir ao milagre

A Joana também cozinha #2

Imagem
Ando a tentar que se coma mais peixe nesta casa. Eu adoro peixe. O António adora peixe. O Manel não gosta nada. Ai que tem espinhas . Ai que não puxa carroça . Ai que não me sabe bem . Ai que não sei quê . Já lhe disse que, enquanto Pai destes dois, tem que dar o exemplo. Tinha daqueles lombos de pescada congelados e fi-los no forno. Ficaram maravilhosos. As fotos foram tiradas pelo António, que ajudou na confeção deste prato. Tenho notado que, estando envolvido na preparação da refeição, come mais legumes e experimenta coisas que antes não provava. Win win.  Cá vai ... 1. Deixar os lombos de pescada descongelar. Colocar num pirex, já descongelados e temperar com sal e pimenta (não pus quase nada porque a mafaldinha já come da nossa comida, portanto, é tudo com muito pouco tempero e o mais natural possível). Numa frigideira fazer um refogado com tomate sem pele e aos quadrados, pimento vermelho às tirinhas e cebola em meias lua. Deixar alourar ligeiramente . 2. Coloca

Cabrões. Sacanas. Nojentos do c&3&#€

Yup. Confirma-se. As coisas podem sempre, de facto, piorar. O António esteve internado 15 dias. Pelo meio, fez uma reação grave e raríssima ao antibiótico. Neste espaço de tempo, a pequena ficou doente. (Claro que tinha que ficar doente Joana... a miúda  quase que não te vê, e  ela que tá to gosta de mamar... agora é tão raro...) . Aguentou forte e sem febre. António tem alta. ( Uffa ! Boa Joana. Não deste em louca e vai tudo voltar ao normal! Ainda tem umas coisas a resolver, mas estou confiante ). O Pai cá de casa fica doente. Vomita tudo durante dois dias. Dores fortes. Urgência. Tudo bem. Casa. Miúda com febre. ( Vá... Tem calma Joana . É só uma gripe). Três dias depois. Urgência novamente com o Pai que não melhorava. Miúda também vai porque mantinha a febre. Passou. Uma semana maisomenos bem. António constipado. Miúda com febre outra vez . (Joana, tem calma que isto vai passar e daqui a nada está tudo bem outra vez). Hoje ao deitar o António, enquanto ele lavava os dentes, esc

Inverno

Está frio. Os miúdos constipam-se facilmente. O pai dos miúdos também. Os dias têm passado e, entre uma e outra má notícia, vamos celebrando os dias (raros) que ninguém está doente. E ficamos, os quatro, de pijama, no sofá, a comer pipocas e a ver um filme qualquer pela enésima vez. Isto, para mim, é perfeito. E só peço isto. Está perfeito. Não mexe.

António

Há meses que não escrevo aqui. Curiosamente o último texto que tentei escrever, começava com algo do género "a vida vai passando devagar e sempre  igual e eu não me queixo porque é sinal que está tudo bem". Hoje não está tudo bem. O António está internado. O que ele tem é grave e prometem-me que vai correr tudo bem. Olho para ele. Tento absorvê-lo. Absorver os seus seus olhos, o seu sorriso e a sua bravura. O meu António. O meu rapagão lindo, divertido e corajoso. Vamos estar aqui nem sei quantos dias ou semanas. Prometem-me que vai correr bem porque "fui uma mãe atenta e confiei no meu instinto". Este instinto que Deus me deu (a mim e a todas as mães). Porque duvidamos dele tantas vezes (de Deus e do nosso instinto)?!? Viemos três vezes ao hospital. Só na terceira confirmaram aquilo que eu desconfiava. O hospital não podia ter adivinhado antes. O meu instinto adivinhou, mas os sintomas ainda não sabiam o que vinha. Prometem-me que vai correr tudo bem. Eu só queria